Michel Popadiuk Rodrigues deixou a pressão da tecnologia para construir uma carreira de prestígio com recuperação de carros
Viradas de chave acontecem na vida de muitas pessoas, mas poucas têm a coragem de transformar uma rotina desgastante em uma carreira internacional de sucesso. Esse foi o caminho trilhado por Michel Popadiuk Rodrigues, que trocou a instabilidade do setor de TI pela arte de restaurar carros através da técnica de Martelinho de Ouro. Hoje, aos 34 anos, ele não apenas construiu um nome sólido no mercado, mas também teve a oportunidade de atuar fora do Brasil, chegando até a resolver um problema de grande escala na Austrália.
A mudança não foi apenas profissional, mas também pessoal. Antes, Michel trabalhava no Hospital do Câncer de Cascavel, na área de tecnologia. O cenário era de pressão constante: noites mal dormidas, chamados emergenciais e zero tempo para a família. “Na época, eu não tinha vida. Era 3h, 4h da manhã, os médicos me ligavam dizendo que o servidor tinha parado. No réveillon, estava comemorando junto com a minha esposa, recebi um chamado, larguei tudo para resolver um problema no hospital. Cheguei em casa às 6 da manhã e meu pai me perguntou se eu estava na farra. Quando expliquei, ele só disse: Você se mata de trabalhar e não tem vida”.
Essas palavras foram o estalo para que Michel reconsiderasse seu caminho. Seu pai era um profissional experiente de Martelinho de Ouro e, percebendo a situação do filho, lhe ofereceu uma alternativa. Com o forte desejo de ter tempo para si e para a sua família, ele embarcou na profissão do pai. O aprendizado foi intenso e durou um ano, período em que absorveu cada detalhe da técnica. Após cinco anos atuando ao lado do seu maior incentivador, ele já era reconhecido pelo alto nível de qualidade e decidiu alçar voos mais altos.
Em 2016, um dos primeiros desafios de grande impacto surgiu: a tempestade de granizo que devastou Rio Claro (SP). A cidade sofreu danos severos e os veículos foram fortemente afetados. Michel foi contratado pela empresa GSI para trabalhar na restauração dos carros atingidos. “A situação dos carros era muito ruim, mas trabalhei por um mês e meio recuperando veículos e devolvendo a originalidade deles, sem precisar de funilaria tradicional”.
O reconhecimento de seu talento não parou por aí. Com a experiência acumulada, Michel ganhou espaço no mercado internacional e foi chamado para atuar na Austrália, onde ajudou a solucionar um problema gigantesco na recuperação de veículos após uma catástrofe natural.
Para ele, a maior satisfação da profissão não está apenas no sucesso financeiro, mas na liberdade que conquistou. “Depois de três anos, comecei a viajar e percebi que poderia ter uma vida melhor. Hoje, faço meu próprio horário, vivo uma vida tranquila, sem aquela pressão que tinha antes. Eu gosto do que faço. Adoro pegar um carro destruído, que parece sem salvação, e ver o resultado final. Muitas vezes, eu mesmo me surpreendo com o que sou capaz de fazer”.
O Martelinho de Ouro não apenas trouxe realização profissional para Michel, mas também proporcionou a qualidade de vida que antes parecia impossível. Sua história é a prova de que mudanças exigem coragem, mas podem levar a um destino muito mais leve e gratificante.
